A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma técnica realizada durante o tratamento de Fertilização in vitro. Ao invés de deixar os espermatozoides fecundarem o óvulo naturalmente na proveta de vidro, como acontece na FIV comum, na ICSI uma micropipeta perfura a parede do óvulo e deposita o espermatozóide, dessa forma o gameta masculino não tem o esforço de romper a zona pelúcida, membrana exterior do óvulo.
Com essa técnica, cerca de 75% dos óvulos micro-injetados irão apresentar fertilização, com formação de embriões em 60 a 80% das vezes.
Indicação:
Na Biofert utilizamos a ICSI em todos os tratamentos de fertilização in vitro
A Fertilização In Vitro é feita em cinco etapas. Na primeira, os ovários são estimulados através de medicação específica a produzir folículos. Na segunda, é feita a captação dos óvulos via vaginal por meio de punção e sob anestesia geral.
Na terceira é realizada a fertilização dos óvulos com os espermatozoides, que pode ser feito da forma clássica: os espermatozoides são colocados ao redor dos óvulos; ou por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoides ICSI), onde o espermatozoide é inserido dentro do óvulo por uma agulha microscópica.
Na quarta etapa acontece a cultura dos embriões, onde eles são mantidos em incubadora sob temperatura e mistura de gases adequada por um período que pode ser de três a seis dias. Por fim, na quinta etapa é feita a transferência dos embriões utilizando um cateter delicado.
A Fertilização In Vitro é indicada para casais homoafetivos masculinos (necessário doadora de óvulos e barriga solidária), mulheres que não possuem as trompas ou quando estão obstruídas, laqueadura, idade avançada da mulher, falência ovariana, contagem ou motilidade baixa de esperma, vasectomia, casos de falhas em outros tratamentos como a inseminação, distúrbios de ovulação, endometriose, infertilidade sem causa aparente e outras causas de infertilidade.
Na inseminação artificial a paciente faz uso de medicamentos específicos para induzir a ovulação e sendo monitorada por ultrassonografia. Chegando o momento fértil o sêmen é coletado, preparado e transferido para o interior do útero, onde os espermatozoides terão que chegar até as tubas uterinas, encontrar o óvulo e fertilizá-lo formando um embrião.
A inseminação é indicada para mulheres com distúrbios de ovulação, infertilidade sem causa aparente, maternidade independente e casais homoafetivos feminino (necessário doador de sêmen), alterações leves no espermograma, endometriose grau leve.
Atualmente, grande parte das mulheres pensa em engravidar somente após a conquista do sucesso profissional que, geralmente, ocorre acima dos 30 anos. Nesta idade, as mulheres são jovens e estão com a saúde em perfeito estado, porém, para engravidar, a idade superior a 35 anos é considerada acima do ideal do ponto de vista biológico.
Estimamos que, ao nascer, a mulher tenha por volta de 7 milhões de óvulos, valor que reduz-se aos 500 mil quando ocorre a primeira menstruação, e que chega a menos de 25 mil aos 42 anos. Além do número de óvulos, com o envelhecimento acontece também a perda da sua qualidade, já que os óvulos podem acumular efeitos do ambiente, como poluição, radiação, medicações e outros. O melhor marcador para avaliação clínica diagnóstica da reserva ovariana é a dosagem sanguínea do hormônio anti-mulleriano.
Os riscos de abortos e malformações sobem consideravelmente com a idade da mulher. O risco para a Síndrome de Down, por exemplo, é de 1 para cada mil nascimentos aos 30 anos, 1 para cada 100 aos 40 e de 1 para 10 aos 49 anos.
A melhor técnica de congelamento de óvulos é a vitrificação com taxas de sobrevivência ao descongelamento de 95%. No entanto, é importante enfatizar que o fato de congelar óvulos não garante uma futura gestação, assim como todo tratamento na área de reprodução humana.
As chances de gravidez são em torno de 45% por tentativa e o ideal é que o congelamento seja feito até os 35 anos, no máximo até os 38 anos. Se uma mulher congelar os óvulos aos 35 anos, mesmo que ela venha a descongelar seus óvulos e engravidar aos 40 anos a chance de gravidez permanece a mesma que a de uma mulher de 35 anos, ou seja, em torno de 60% por tentativa de tratamento, e não de 15%, porcentagem que se refere às chances de gravidez de uma mulher de 40 anos que realiza fertilização in vitro.
Até o 3º dia da menstruação, a paciente inicia um tratamento de indução da ovulação. Isso é feito por meio de medicações à base de hormônios, que vão fazer com que o ovário produza um número de folículos adequado durante mais ou menos 10 dias.
Por volta do 12º dia, é feita a coleta de óvulos, através de um procedimento em que a paciente fica sedada. Os óvulos serão coletados dos ovários com a ajuda de uma agulha acoplada a um aparelho de ultrassom. Após coletados, os óvulos são conduzidos ao laboratório e são armazenados na incubadora para finalizar a maturação por cerca de 2 horas. Após este período, é feita uma seleção dos óvulos maduros que são os adequados para a futura fertilização, e que posteriormente são congelados em nitrogênio líquido a -196ºC.
Após um tempo indeterminado, quando a mulher decide engravidar, os óvulos são descongelados, fertilizados em laboratório e os embriões formados transferidos para o útero.
O Programa de Ovodoação é uma alternativa cada vez mais solicitada em Reprodução Assistida. Realizada pela Biofert, de forma ética e transparente, o objetivo do programa é ajudar os casais que tem dificuldades de atingir a gravidez. O programa tem caráter anônimo, respeitando as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM), que também proíbe a comercialização de óvulos. Dessa forma, sigilo e anonimato são fundamentais nos tratamentos que envolvem a doação de gametas. A legislação brasileira atual não permite a doação entre familiares.
O processo de ovodoação obedece a etapas, previamente explicadas à doadora e à receptora, que deverão ser cumpridas conforme especificação da equipe da Biofert.
A maioria dos tratamentos é indicado devido a diminuição da reserva ovular, em grande parte por conta da idade avançada. Mas existem outras situações, como a falência ovariana prematura, ou em decorrência da realização de tratamentos oncológicos, que levam a mesma realidade.
Existe uma particularidade entre os casais receptores de óvulos doado. Na grande maioria dos casos, os casais já vivenciaram dificuldades em tentativas anteriores, que levam a necessidade de recorrer a uma doação como melhor opção para uma oportunidade de gravidez saudável.
É preciso ressaltar que neste tipo de tratamento, o importante é a idade do óvulo e não a idade do útero que vai recebê-lo. Como a doadora tem que ter menos de 35 anos, ela “repassa” sua chance para a receptora.
Na Biofert são priorizadas doadoras mais jovens, o que otimiza as chances de gravidez.
Após a indicação do tratamento de ovodoação pelo médico responsável pelo casal, é necessário o acompanhamento de uma equipe especializada em atender e explicar as etapas futuras do programa.
A maioria dos casais que precisa recorrer ao processo de doação de óvulos passa por um período de reflexão e aceitação da ideia de conceber um filho com material genético de outra pessoa. Nestes casos, a decisão pela doação deve ser de comum acordo entre o casal, sendo registrada por meio de um contrato e termo de consentimento de ambos.
Um aspecto muito valorizado por nossa equipe é o sigilo com o qual tratamos o processo. A identidade dos casais envolvidos no programa de ovodoação é totalmente protegida, ficando os dados médicos e psicológicos mantidos em sigilo. Acreditamos que este procedimento diz respeito à intimidade dos casais e, para nós, o respeito é um valor extremamente importante.
Os procedimentos de Reprodução Assistida, incluindo a ovodoação, são regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina, através da Resolução 2.121/2015, publicada no D.O.U de 24 de setembro de 2015, página 117 – seção I.
O capítulo IV informa que:
Veja abaixo algumas dúvidas frequentes sobre a Ovodoação:
Para mulheres mais velhas, a única opção de alcançar a maternidade é através da ovodoação?
A ovodoação é mais frequente em pacientes com mais de 40 anos, entretanto não é a única opção para atingir uma gravidez. É importante ressaltar que cada caso deve ser tratado de maneira individual, não existindo uma regra para todas as pacientes.
Existe a possibilidade de algum dia, a doadora procurar pela receptora ou vice-versa?
O medo da doadora entrar em contato com a receptora no futuro e vice-versa é comum, porém, é importante ressaltar que o anonimato é a base de todo sistema de ovodoação.
É importante que a receptora do óvulo doado ou o casal, passe por um acompanhamento psicológico especializado em reprodução humana, antes de realizar esse tratamento, a fim de orientá-los em sua tomada de decisão.
Todo o programa é regulamentado conforme as recomendações do Conselho Federal de Medicina, sendo assim, um procedimento seguro e anônimo.
A doadora pode ser irmã, parente ou conhecida?
Não, já que a premissa básica e fundamental do programa no Brasil, assim como na Biofert, é o anonimato.
Quais exames são realizados na doadora dos óvulos?
A seleção de doadoras é realizada à partir de uma triagem laboratorial, conforme a Resolução da Anvisa – RDC Nº 72, de 30 de março de 2016, na qual é exigido a realização dos seguintes testes: Sorologias (Hepatite B e C, Sifilis, HIV I e II, HTLV I e II, Zika IgM); Cultura e Secreção Vaginal (Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis, Neisseria gonorrhoeae, Bactérias aeróbicas).
Além desses exames, a Biofert realiza outros testes, a fim de trazer uma maior segurança na avaliação das doadoras. São eles: Tipagem sanguínea, Cariótipo de Leucócitos Periféricos e Rotina Ginecológica (avaliação física, coleta de material para a realização de Citologia Oncótica – Papanicolau – realização de ultrassonografia mamária e transvaginal para avaliação da reserva ovariana).
O coito programado é um tratamento de baixa complexidade que tem início no segundo ou terceiro dia do ciclo, quando a mulher ainda está menstruada. Neste momento, é realizado o primeiro ultrassom transvaginal. A paciente não deve ficar preocupada com o desconforto do sangue menstrual, pois os médicos estão acostumados a realizá-lo nessa fase. Esta fase inicial é importante, pois o exame diagnostica se o ovário tem algum cisto remanescente do ciclo menstrual anterior e se no interior do útero existem pólipos, miomas ou tecido endometrial em excesso, o que poderia alterar as taxas de sucesso.
Neste primeiro ultrassom, os ovários devem ter pequenos cistos que medem no máximo 6 mm, chamados de folículos primordiais. Dentro deles existem óvulos, que saem na época da ovulação.
No decorrer do tratamento, o(s) folículo(s) e o endométrio devem crescer progressivamente, o que será verificado por meio de mais alguns exames de ultrassom, mais precisamente a cada dois ou três dias. Quando o(s) folículo(s) alcança(m) o tamanho adequado, é aplicada uma medicação chamada hCG, que promove a maturação final do óvulo e a sua saída do ovário. Após esta etapa, o óvulo liberado é capturado pelas tubas e, no interior delas, é fertilizado pelos espermatozoides originados de uma relação sexual normal.
Este tratamento possibilita predizer ou programar o melhor dia para o casal ter relações sexuais, por isso o nome de coito programado, namoro programado ou relação sexual programada. As chances de um casal engravidar por meio do coito programado são em torno de 10 a 12% e variam devido a diversos fatores, como a idade da mulher.
A vasectomia é um método contraceptivo masculino cada vez mais realizado, porém com uma alta taxa de arrependimento, cerca de 20% no país, em algumas cidades do Brasil essa taxa chega a 60%. O principal motivo de arrependimento é uma nova relação conjugal..
A reversão de vasectomia é feita através de microcirurgia, uma pequena incisão no saco escrotal de 2 a 3 centímetros. As pontas dos canais deferentes são localizadas e preparadas para o procedimento de sutura das duas partes. Essa sutura é feita com fios finos, utilizando um microscópio. Por fim a incisão no saco escrotal é suturada.
O procedimento é feito com anestesia geral. Se a cirurgia for feita pela manhã, o paciente está de alta no mesmo dia a tarde. Após 45 dias é feito um espermograma para avaliar a quantidade de espermatozóides no sêmen, além de sua motilidade e morfologia.
Cerca de 44% das mulheres que realizaram a laqueadura se arrependeram após passados 2 a 4 anos de cirurgia, o principal motivo de arrependimento é uma nova relação conjugal.
A principal condição para que a recanalização seja feita é que o final das tubas uterinas, as fímbrias, tenham sido preservadas quando foi feita a laqueadura, também é preciso que a tuba uterina não esteja doente ou dilatada.
A cirurgia consiste na retirada da região em que ficou a cicatriz da laqueadura e então os canais são religados através de microsutura. Antes de dar os pontos unindo os dois lados é injetada uma solução de soro com um corante azul através do útero, para testar ser a tuba uterina está aberta.
Quanto mais jovem a mulher procurar pela reversão e quanto menor o tempo de esterilidade maior é a chance dela engravidar. O grau de reversibilidade varia de acordo com a lesão que a técnica cirúrgica causou. Laqueaduras feitas com anel plástico ou clipes de titânio são mais fáceis de reverter.
O sucesso da cirurgia e a efetiva gravidez após a realização da reversão relaciona-se com outros fatores:
A endometriose é uma condição onde o endométrio, camada interna do útero que todo mês é renovada coma menstruação, cresce em outras regiões do corpo. Normalmente ocorre na região pélvica fora do útero, nos ovários, vagina, septo retovaginal, intestino, no reto, na bexiga, nervos e peritônio. Entretanto, também pode ocorrer fora da região pélvica, como o diafragma, a pleura e os pulmões.
A endometriose atinge uma a cada seis mulheres no período reprodutivo e estima-se que o atraso no diagnóstico chegue a oito anos, isso acontece devido a não valorização das dores intensas no período menstrual, principal sintoma da endometriose.
Os principais sintomas são:
Outros sintomas mais específicos podem ocorrer de acordo com o localização da doença:
Mas o principal sintoma da endometriose é a dor. Uma cólica menstrual forte que piora com o passar do tempo, ficando difícil de controlar com analgésicos comuns. Com o passar do tempo as dores podem passar a ser constantes.
O diagnóstico pode ser feito através de ultrassonografia especializada e, principalmente, a ressonância magnética..
O tratamento para a endometriose pode ser medicamentoso, para controlar a dor e minimizar a progressão da doença, e cirurgia para retirar as áreas afetadas ou uma junção dos dois.
A laparoscopia pode ser utilizada para o tratamento das lesões e aderências causadas pela doença. É uma cirurgia minimamente invasiva e hoje é a escolha mais comum quando há necessidade de intervenção cirúrgica para o tratamento. A técnica permite remover todos os focos, retirar as aderências, drenar os cistos endometriais e retirar a capa que os reveste, fazer a ressecção de porções intestinais ou de bexiga quando há lesões nesses órgãos.
O espermograma é o principal exame utilizado para averiguar a capacidade reprodutiva dos homens. É um exame simples, não invasivo e indolor que avalia o volume de sêmen, a presença de infeção, analisa a concentração, a motilidade (movimentação) e a morfologia (forma) dos espermatozoides.
Cerca de 40% dos casais inférteis a causa é masculina (outros 40% a causa é feminina e 20% é uma junção de ambos). Por isso todo homem que deseja ter filhos, mesmo que ainda não esteja tentando, deveria realizar o espermograma.
O diagnóstico genético pré-implantacional tem o objetivo de detectar alterações genéticas nos embriões antes da transferência para o útero materno. Esses testes eram chamados PGD e PGS, atualmente uma nova nomenclatura é utilizada.
PGT-A: teste que realiza pesquisa de aneuploidias, ou seja, alteração no número dos cromossomos. É indicado para:
PGT-SR: teste que realiza pesquisa de rearranjos cromossômicos estruturais, como as translocações. É indicado nos seguintes casos:
PGT-M: teste que realiza pesquisa de doenças monogênicas, ou seja, são alterações de genes específicos que causam doença recorrente na família. É indicado para casais portadores de anomalias monogênicas (exemplo: fibrose cística) ou com histórico familiar. É preciso saber se a doença a ser pesquisada é transmitida geneticamente e se existe a possibilidade de pesquisa desse gene nos embriões.